Em uma de minhas aulas, um dos alunos comentou que a Terapia Miofascial que ele havia aprendido era bem diferente daquilo que eu estava ensinando. Esta é uma questão bastante comum e me fez lembrar um artigo de autoria de um terapeuta americano que li há alguns anos. Portanto, o debate a respeito do que é, exatamente, a terapia miofascial já dura algumas décadas. Quero aqui esclarecer alguns pontos:
Primeiro, terapia miofascial é toda técnica de tratamento ou procedimento que previna ou alivie sintomas e sinais relacionados aos tecidos miofasciais. É um termo abrangente e pode ser usado para vários tratamentos. Sendo que a maioria dos terapeutas atualmente usam o termo “terapia miofascial” como um termo genérico para descrever métodos de tratamento físicos aplicados aos músculos esqueléticos (mio) e seus tecidos conectivos (fascia). Estes tecidos, tomados como uma unidade anatômica e funcional são chamados de “miofascia” ou “tecidos miofasciais”.
O termo terapia miofascial parece ter sido usado, pela primeira vez, na década de 1950 por um médico osteopata americano de Beverly Hills, Califónnia. Travell e Simons, autores do famoso Trigger Points Manual (Manual de pontos-gatilhos), usou o termo poucas vezes. No início dos anos 90, o termo já era bastante usado em artigos de publicações osteopáticas e quiropráticas. Logo foram seguidos por outros autores e terapeutas nas áreas da fisioterapia e massagem.
Segundo, o termo “terapia miofascial”, originalmente, referia-se ao diagnóstico e tratamento de pontos-gatilhos miofasciais. Durante a década de 1990, porém alguns terapeutas começaram a usar o termo num sentido mais genérico. Começaram a usá-lo para referir-se a quase todas as formas de terapia corporal na qual o terapeuta trata problemas dos tecidos moles de seus pacientes. Da mesma forma, algumas pessoas usam o termo para diferentes tipos de massagem, Rolfing e terapia ou técnica neuromuscular. Enquanto terapeutas de diferentes abordagens tratem os tecidos miofasciais de seus pacientes o termo está corretamente aplicado.
Existem ainda alguns que usam o termo terapia miofascial para qualquer forma de tratamento de tecidos moles. É questão de debate se isto é apropriado. Por exemplo, um quiroprático ou um médico em medicina desportiva pode enfocar seu tratamento em ligamentos lesionados. Neste caso, aplicar o termo terapia miofascial parece ser impreciso. Isto porque os ligamentos não são propriamente classificados como músculos ou tecidos conectivos revestindo músculos. Mas, pode-se argumentar de outra forma. Reflexamente, um ligamento lesionado pode induzir contrações musculares protetoras e estas podem vir a se tornar um problema clínico. Podem causar, por exemplo, um desequilíbrio biomecânico ou ainda, comprimir e ativar pontos-gatilhos miofasciais. Caso a reparação dos ligamentos alivie a complicação miofascial parece adequado classificar o tratamento dos ligamentos como terapia miofascial.
Portanto, opiniões sobre o uso apropriado do termo “terapia miofascial” podem diferir entre si. Provavelmente a melhor conduta é que cada um que o use, especifique o que com ele quer significar. Caso contrário o termo pode ter pouco significado.
Olá Cláudio
Ótima exposição do trabalha de miofascial cujo o qual venho utilizando muito em meu trabalho.
Agradeço muito a voce pela oportunidade do aprendizado.
abraços
Marisa Lima
Olá Claudio, tudo bom?
Que saudades das suas aulas…..mais uma vez obrigada pelo artigo, adorei.
Estamos sempre estudando e adquirindo mais aprendizado.
Sucesso
Abç Renata